Bright Night Of The Soul é como eu caracterizaria minha última impressão de Lily Collins. Sentando para conversar com a atriz vem com vários dias de preparação. Há agendamento, tem pesquisa a ser feita, e para mim, termina com a mágica de como, depois de examinar incontáveis entrevistas, e stories arquivados, de tentar identificar quem realmente é meu alvo fora de suas contrapartes da tela grande e pequena. A verdade é que uma entrevista com celebridade tem resultados infinitos. Nenhum deles se presta à previsibilidade. Eles serão reservados? Ela vai dar? Quem é ela, realmente?
Os dias próximos ao meu chat com Lily Collins foram parecidos com minhas atribuições passadas, mas os dias que vem a seguir seriam inteiramente… contrastantes para dizer o mínimo. Lily pode ser vista interpretando a brilhante Emily Cooper na última série da Netflix, Emily In Paris. O timing é tudo, e é essencial para a chegada dessa nova série que encorpa o escapismo e “se sentir bem” em sua mais verdadeira forma. Para Collins, é uma história de amor próprio, empoderamento e descascar as camadas que revelam seu verdadeiro eu. Para o público, é uma chance de escapar as complicadas realidades que parecem se multiplicar desde que o mundo mudou há alguns meses da nova década. Lily é preparada, inteligente, sensível e transborda atenção. Nenhuma pesquisa no mundo teria me preparado para a experiência que viria a seguir depois que eu peguei o telefone para essa chamada agendada – que eu senti como se fosse um encontro de amigos. Como eu havia dito, uma entrevista como essa significa lançar uma luz nas sensibilidades e qualidades que normalmente ficam escondidas quando um ator está no personagem. Nesse caso, um retrato de uma artista como jovem mulher. O resultado foi imensuravelmente maior.
Oi. Eu gostaria de começar te dando os parabéns pelo noivado. Tão excitante!
Oh meu Deus, obrigada. É muito gentil da sua parte.
Me dê uma foto mental de como você está se sentindo agora. O que se passa na sua mente?
Deus, eu me sinto… Muito no momento. Me sinto muito sortuda, muito feliz de ser noiva dele. Eu sinto que estou onde eu deveria estar. Estou vivendo no momento. Tipo, tudo está certo.
Feliz… Ok. Então, foi muito excitante para mim saber que Emily In Paris foi produzida pelo Darren Star. Eu sei que muitas mulheres ainda amam Sex & the City, décadas depois. Você se identifica com a série?
Eu acho que me identifico com o trabalho do Darren. Ele realmente sabe como criar um mundo que você entra com tudo na hora. Tem uma realização de desejo nas séries dele, e tem um elemento de viagem nas séries. E tem um sentido de desaparecimento por um momento nas séries que eu amo. E elas são tão maratonáveis. Elas são divertidas. Elas são engraçadas, sabe elas te fazem sorrir e dar risada. Para mim esses elementos, são uma parte do personagem. A Carrie Bradshaw foi para várias jovens mulheres e homens se posso dizer, aquela personagem icônica que eu queria ser de várias maneiras, e o estilo dela era uma extensão da personalidade dela. Ela era brilhante, forte, e nunca tinha medo de fazer nada. Ela era ela mesma sem desculpas. E tão apaixonada sobre seu trabalho e muito vocal sobre o quanto ela amava o trabalho, sabe?
E eu acho que isso é alguma coisa. Você não precisa ser apenas uma romântica ou uma pessoa viciada em trabalho. Alguém me perguntou recentemente, você acha que a Emily é mais uma viciada em trabalho ou uma romântica? E eu fico, não, ela é ambos. Você não tem que escolher. Ela é uma romântica que ama seu trabalho. Ela é uma romântica sobre seu trabalho. As séries dele te permitem desaparecer nelas. Mal sabia eu que essa série iria sair em um momento quando uma americana em Paris é meio que um conceito estrangeiro no momento e não podemos viajar. Então, a ideia de podermos assistir algo, sentir que estamos em um país estrangeiro, e rir e sorrir com esses personagens e suas histórias, uma real felicidade para mim fazer parte disso.
E também, eu acho que o Darren entende comédia romântica com uma profundidade e coração e complexidade tão bem. Eu não tinha ideia que iria trabalhar com Darren Star um dia porque você nunca acha que vai trabalhar com pessoas que você ama e cresceu admirando. A combinação dele e a Patricia Field foi um time dos sonhos, e eu disse, oh meu Deus, eu tenho que entrar. Eu me joguei nessa chance de ter uma oportunidade e tentar fazer parte dela.
Definitivamente. Muito legal. Ok. Eu li sua entrevista para a W Magazine, e o título realmente me pegou. Dizia, “Para Collins, Emily in Paris é sobre amor próprio.” Eu amei isso. Eu estava imaginando se esse é um tema que você diria que é o coração da série?
Algo que eu amei quando li o piloto em combinação com alguns dos episódios mais novos é o porque ela termina com seu namorado no início da sua estadia lá, porque ela percebe que ela está disposta a dar mais no relacionamento do que ele. Ela escolhe ela mesma e seu amor próprio, e aquele sentimento de que não o certo. Ao contrário de tentar fazer funcionar. Eu sinto que essa ideia que ela se conhece bem o suficiente para saber que ele não é o certo para a jornada dela. Ela mesma escolhe. A série está acontecendo na cidade do amor, e ainda sim, é mais sobre ela e seu caminho nisso tudo.
Ela está em todas essas situações em um país estrangeiro onde as pessoas estão julgando ela de cara. As pessoas estão tentando afastá-la no trabalho. É um teste real. É um teste para ela se manter verdadeira consigo mesma e se manter real enquanto tenta encontrar novas maneiras de fazer funcionar com essas novas pessoas que ela está conhecendo. Eu acho que ela está descobrindo mais sobre si mesma e o quão forte ela é, e resiliente e engenhosa quando é colocada nessas situações desconhecidas.
Eu acho, que alguém como o resto do mundo, que está em quarentena pelos últimos… Eu perdi a conta agora – mas eu descobri que muitas pessoas com as quais eu conversei, e parece ser um tema em comum, é o elemento de identidade. A crise de identidade que todos viemos passando como indivíduos e como país, do que acontece quando todos os lugares e pessoas e nossos empregos são tirados de nós e temos que descobrir quem somos nesse novo ambiente.
É irônico que esse novo ambiente acabou sendo nossa casa, porque é onde nos sentimos mais à vontade. Ainda sim estamos acostumados a viver em um mundo fora das nossas casas e ter todas essas distrações e coisas que definem quem somos e o que nos faz felizes. Então, sentar consigo mesma e ter esse tipo de espelho metafórico na sua frente, e realmente, priorizar e repensar sua vida e pensar sua vida e pensar nela de uma nova maneira… Tipo, o que me faz feliz? Como posso ser criativa sem as coisas normais que me faziam criativa? Com quem eu mantenho contato? Como eu faço essas coisas? Como eu sigo em frente? Emily está fazendo isso de sua própria maneira. É claro que não sabíamos na época que teria essa comparação com a série de uma maneira nova.
Eu realmente acho que é uma história de amor próprio. Quando você sabe quem é, e quando você percebe o que é importante para você as pessoas certas aparecem nos lugares certos.
Acho que amigos podem ser almas gêmeas de uma maneira. O encontro da Emily com a Mindy, foi muito parecido comigo e Ashley Park nos conhecendo. Honestamente, temos uma pessoa em comum que nos disse que nos amaríamos se nos conhecêssemos. E ficamos tipo, ok, mal podemos esperar. Mas você nunca sabe se isso vai ser mesmo verdade. Então aconteceu a mesa de leitura e eu literalmente entrei, vi ela, fui até ela, e foi isso. Alguém disse, oh meu Deus, há quanto tempo vocês se conhecem? E ficamos meio, oh, acabamos de nos conhecer.
Foi o tipo de amizade que você sente que se conhecem por anos. Você acaba atraindo as pessoas certas ou é atraída para as pessoas certas quando você se conhece e se ama o suficiente e sente essa coisa de novo, que eu comentei. Amizades podem ser românticas. Também, no local de trabalho, você acaba se comunicando com pessoas de maneira diferente quando você sente aquele sentido de amor próprio e entendimento. Então, sim, eu sinto que seria mais fácil para as pessoas entenderem que é uma série sobre a Emily indo para Paris e conhecendo várias pessoas. Não é o que é. Você sabe que vai acontecer porque ela é uma jovem mulher e é Paris e é parte de uma série, mas não é a parte central da série. É muito mais que isso.
Na verdade, voltando ao que você disse sobre amigos – eu amo que a Emily tem todas essas amizades espontâneas que apenas acontecem. Sabe, quando ela está sentada no parque e quando está saindo do seu prédio. Você já teve momentos como esses em sua vida adulta? Porque, você sabe, quando somos mais novos, isso acontece na escola porque, como crianças e até adolescentes, estamos sempre em situações onde estamos conhecendo alguém. Mas como adultos, eu sinto que é mais difícil trombar em alguém no mercado e começar uma amizade…
Bom, muitas das minhas amizades meio que acontecera assim. Não todas elas, mas muitas delas aconteceram dessa maneira. Alguém me disse há dois ou três anos atrás, algo que ficou comigo. Foi que quando você conhece alguém, quando você é jove, você está conhecendo alguém, mas então você vai crescer com eles e ver no que vão se tornar. Você não está conhecendo alguém que está totalmente formado ainda. Quando você é adulto e conhece alguém, você está conhecendo alguém que já se tornou quem é. Então você vai conhecer essa pessoa mais rápido do que quando vocês são mais novos. Se vocês vão se dar bem, e eu falo isso romanticamente e como amigos. Você não precisa descobrir quem eles vão se tornar. Eles já são o que são.
Então para mim, eu era essa pessoa, como você diz, uma criança que conhece alguém e fica meio, eu gosto de você, vamos sair! Eu era essa criança. Sempre fui falante, e uma pessoa que gosta de outras pessoas. Agora como adulta, esse elemento não me deixou. Então, é interessante porque uma das minhas amigas mais próximas, eu conheci em um aeroporto. Tinha um festival de filme que estava acontecendo no Canadá, e eu estava deixando Toronto, porque havia terminado de gravar algo, e e tinha esse casal no aeroporto. A coisa é que, eles não estão mais juntos, mas tanto faz… Eu fui até esse casal, e eu conhecia sua parceira mas nunca tinha conhecido ela.
Começamos a conversar, e até a hora de eu entrar no avião, eu perguntei ao seu até então namorado para trocar de lugar comigo para que eu pudesse sentar perto dela porque estávamos nos dando muito bem. Estávamos tipo, não, a gente precisava continuar conversando. E até o momento que aterrissamos, trocamos números, com a promessa de sairmos juntas. E então no dia seguinte eu fui até o whole foods aleatoriamente e eu encontrei ela em um dos corredores, sem querer. E eu estava meio, espere um segundo… Tiramos essa foto juntas. E eu, até hoje, tenho essa foto de nós duas, porque foi o início da nossa amizade. Nos conhecemos em um local aleatório, começamos a conversar, nos demos tão bem e apenas nos conectamos.
Uau.
Foi o mesmo comigo e com a Ashley. De cara, começamos a conversar e foi aquela coisa instantânea. E eu tive isso com algumas amigas, para ser honesta, onde apenas sabíamos. Nos demos tão bem e eu não sou a pessoa que fica na volta dos outros. [Risos] É preciso uma grande situação, obviamente. Mas, eu descobrir que várias das minhas amigas mais próximas vieram de situações inesperadas. Eu acho que eu sou tão aberta para receber isso, e elas também e tínhamos mentes parecidas. Ambas fazíamos esforços para continuar saindo juntas e olha, se não era pra ser, pararíamos. Mas é interessante que essas amizades, agora elas se transformaram em algo do tipo, pessoas que eu chamei no facetime quando fiquei noiva. Pessoas que eu conheci nessas situações e eu sou tão grata de ter isso.
Eu amo esses pedaços de história. Então, eu fiz 30 anos uma semana antes da quarentena…
Oh meu Deus! Você teve sorte, você pode ter uma celebração de aniversário.
Sim. Tipo duas semanas a meia antes. Definitivamente abençoado. Mas, eu estava em um momento introspectivo pelos últimos seis meses. Você se sente de alguma maneira em particular entrando nessa nova década da sua vida?
Eu fiz 30 anos enquanto gravava um filme no Alabama. E no meu aniversário de 30 anos, o Darren Star me ligou e me contou que eu tinha conseguido Emily In Paris. Ele me deixou uma mensagem de voz e disse, eu ainda tenho a chamada de voz aliás. Ele me deu parabéns e disse que mal podia esperar para eu ser a Emily, e começar a série tudo mais… E eu obviamente nunca esperava isso como presente de 30 anos. Mas, eu não tive uma crise, como sei que algumas pessoas tem quando fazem 30 anos. Eu acho que tive um momento introspectivo de, tipo, o que está acontecendo comigo aos 25, porque era um quarto de século.
Eu sou apenas alguém que é muito introspectiva. Eu sou muito reflexiva. Eu fiz muito disso na quarentena, mas eu amo ler livros sobre ser introspectiva e sobre a psyche humana e entender humanos e porque eu me sinto como me sinto. Eu venho ouvindo muito mais podcasts. E, é claro, com o Black Lives Matter, eu venho crescendo muito mais e me educando o máximo que posso. Então para mim, todo esse crescimento e aprendizado sobre mim mesma, eu sempre fui fascinada sobre isso. Eu quero me conhecer, é claro, mas eu acho que isso tem a ver com me fazer uma pessoa que escuta mais outras pessoas. Para entender humanos e me fazer um adulto mais funcional e ser uma filha, amiga, noiva, esposa centrada.
E então para mim, quando fiz 30 anos foi interessante. Não foi como o dia que eu fiz 30. Eu estava, oh meu Deus. Agora eu tenho essa responsabilidade ou algo assim. Acho que foi um processo gradual para mim e o desenvolvimento de diferentes tipos de auto-reflexão. E então o último ano dos 30 para os 31, eu cresci muito.
Acho que muito disso vem com conhecer minha pessoa e perceber coisas diferentes que importam para mim e meio que o que a próxima fase da minha vida iria ser. É um novo caminho de descoberta para mim. Eu não consigo imaginar o que foi para você chegar nessa idade e então lidar com estar na quarentena…
Sim, eu pensei, uau, eu tenho 30 anos agora. Mas eu estive em casa maior parte do tempo.
Exatamente. Sentar em casa com tudo isso [risos]. Tipo, agora você está pensando nisso.
Eu tenho que dizer que estou bem. Me deu espaço mental para pensar.
Ser alguém que é super reflexivo e introspectivo, na quarentena, eu descobri uma liz e uma perspectiva positiva na quarentena. Vem sendo um bom momento pra isso. Vem sendo uma oportunidade de realmente colocar esse espelho metafórico e dizer, ok – quem sou eu quando eu tiro todas essas coisas que eu me distraia. Ou meu emprego que eu amo. Com amigos ou família. Eu não funciono da mesma maneira de antes. Realmente temos que priorizar ou apenas articular. Você tem que articular de maneiras que você pode se manter criativo, inspirado, ficar próximo das pessoas – todas essas coisas. Eu acho que é uma coisa realmente importante de sentir, estar em contato consigo mesmo e saber o que te faz feliz e o que não funciona para você. Você tem que saber o que você gosta e o que não gosta para descobrir quem você é.
Eu acho que está tudo bem aceitar que enquanto você cresce e aprende e descobre coisas novas sobre si mesmo, você vai descobrir que gosta de coisas que nunca gostou antes, ou que você não aproveita essas coisas que você pensou que aproveitava. Ou às vezes que as pessoas que você está conectada, sabe, de vários anos atrás, você descobre que não tem tanto em comum, e essas são conversas difíceis de pensar. É tipo, ok, estou descobrindo tanto sobre mim mesma. E estou descobrindo que talvez eu não saiba tanto sobre algo. E eu estou envergonhada por dizer isso, mas não vou deixar isso me privar de aprender mais, ou de ter conversas diferentes com amigos.
Ninguém realmente fala sobre isso quando você percebe que não é mais tão próxima de alguém como era antes. Sabe, falamos sobre términos em situações românticas, mas com amizade, também é interessante. Como todos crescemos e às vezes vamos em direções diferentes. Eu acho que tudo isso é interessante de se pensar, especialmente quando você não tem distrações. É estranho né? Pode ser uma situação difícil de se descobrir, especialmente se alguém não está acostumado a refletir e se perder nos pensamentos.
Incrível. Acho que é… Eu não quero dizer que é mais importante do que um relacionamento romântico, mas ainda é grande porque, você sabe, com um amigo você não tem esse aspecto de estar juntos.
Exatamente.
Então, é como se você estivesse lá porque gosta deles. E então, uma vez que você descobre que talvez vocês não sejam mais os mesmos, é tipo, ok… Então vamos parar aos poucos? Você sabe, não é como se você declarasse que não quer mais estar com eles… É muito estranho e definitivamente algo que não tocamos tanto.
É muito estranho. E é algo que eu sinto que é mais fácil e mais comumente falado, obviamente, em situações românticas, mas não é muito falado em amizades. Há uma história lá com a qual você meio que não sabe o que fazer. É interessante porque desta vez também trouxe muitas conversas que são incrivelmente importantes, seja politicamente, racialmente, apenas tantas conversas que às vezes eu acho que talvez tenhamos evitado, ou não tenha evitado ativamente, mas apenas evitado subconscientemente.
Para então ter essas conversas e ver onde diferentes pessoas chegam aos tópicos, meio que pesquisando sobre eles e realmente não se esquivando de se auto educar e se envolver em conversas mais carregadas. Acho que tudo faz parte do crescimento e você não sabe como é isso até entrar nesse tipo de situação. E às vezes isso não acontece naturalmente até que eu acho que você está na casa dos trinta e se encontra nessas conversas.
Eu amo que essa é a sua vibe…
Oh, é totalmente minha vibe. Às vezes as pessoas ficam tipo, Deus, você pensa muito. Deve ser exaustivo estar no cérebro. E eu tipo, não, eu acho isso tão fascinante porque, novamente, eu não acho egoísmo entender melhor. Sempre fui fascinada por entender os humanos e se isso significava ser um terapeuta adolescente no colégio ou estudar psicologia, ou ler livros que tratam de expressar emoções. Eu escrevi um livro alguns anos atrás onde eu meio que coloquei um monte de coisas na mesa e disse; é assim que estou me sentindo. Isso é o que eu passei. É sobre isso que estou aprendendo. Acho que se todos nós fizéssemos isso com mais frequência, todos nós nos sentiríamos menos sozinhos. E acho que a Emily entendeu isso. Ela discute seus sentimentos um pouco óbvios. Ela não tem medo de pedir ajuda. E eu acho que pedir ajuda não é uma fraqueza. É uma força. Na quarentena, confiei muito em meus amigos, na minha família e no meu noivo. A mesma coisa com ter essas conversas quando você finalmente admite as coisas e então outras pessoas vão, Oh meu Deus, eu também. E então você pensa, Oh, isso é loucura. Na verdade, é tão libertador quando você faz o trabalho, porque então você tem todas essas ferramentas para recorrer e as coisas que você teria voltado a fazer no passado que não eram benéficas para você ou que eram prejudiciais – você nem mesmo pense em ligar mais, porque você tem todas essas ferramentas realmente positivas para usar.
Definitivamente… Quer dizer, minha mãe é terapeuta, então, eu cresci com uma autorreflexão no canto do olho o tempo todo.
Oh meu Deus, sim.
Sim, (risos). Você também deve pesquisar Joseph Campbell. Ele é um filósofo e fala muito sobre esse tipo de tópico de experiência humana. Seu livro Pathways To Bliss..
Eu amo isso… Vou escrever isso. Caminhos para a felicidade?
Sim. Joseph Campbell. Ele tem muitos livros, mas acho que este é especial.
Está bem, está bem. Feito.
Você meio que tocou nisso, mas qual foi um desafio improvável durante este tempo que foi inesperado para você?
Puxa, quero dizer, houve tantos desafios diferentes, hum…
Bem como lições improváveis…
OK. Acho que, para mim, lidar com a incerteza e estar fora de controle, quando era mais jovem, era algo que reverti a não ser saudável. As ferramentas às quais me referi e falei sobre isso em meu livro. Eu descontaria em mim mesmo. Então, quando eu era mais jovem e me sentia fora de controle, voltei a uma fase de distúrbio alimentar em minha vida. Neste tempo, todos nós estivemos em um estágio de incerteza. Sentindo que não me encaixava. Está tão fora do nosso controle, e como nos sentimos mais seguros? Como podemos permanecer sãos? Como nos sentimos centrados? Como podemos controlar tudo o que podemos controlar e entender que o resto está apenas fora de nossas mãos. Temos o que podemos controlar, que é estar o mais seguro possível, ficar em casa, usar máscara. Lavando minhas mãos, ficando longe da maioria das pessoas…
Você quer proteger os outros e se proteger. Portanto, há coisas que você pode fazer para estar no controle. Mas, em um sentido mais amplo. O que eu estava dizendo sobre quando era mais jovem é que não teria as ferramentas para usar, para sentir, para me recentralizar.
E então, para mim, eu não percebi que realmente sentia muita ansiedade no início disso. Novamente, não é incomum para a maior parte do planeta, mas eu estava me perguntando como faço para lidar com essa ansiedade de uma forma que seja benéfica, útil. Isso é criativo. Isso vai me ajudar a me sentir produtiva. E isso acabará me acalmando. E isso não perturba quem eu sou, quem me tornei e pelo que passei. Para mim, reler livros que li foi algo que fiz. Tenho certeza de que você já ouviu tantas pessoas falarem sobre Glennon Doyle, mas eu estava lendo seu livro Untamed. E então li seus outros dois livros.
Recentemente descobri Jay Shetty, cujo livro acabou de sair, que se chama Think Like A Monk, assim como seu podcast. Eu escutei tanto seu podcast durante isso, assim como The Happiness Lab, uh Deus, qual é o nome do outro? Eu tenho que lembrar, porque você vai adorar isso, especialmente porque sua mãe é terapeuta. Vou olhar para ver o que era. Mas acabei de encontrar outras maneiras de curar essa ansiedade e, ao mesmo tempo, crescer muito dentro de mim e perceber o quanto realmente eu sou mais forte, aprendendo a canalizar minha ansiedade para o crescimento e o aprendizado. Aprendendo que posso canalizá-la para o conhecimento, e então acabei realmente sentindo mais… Vou usar essa palavra porque não consigo pensar em outra, mas… iluminada.
Eu amo essa palavra.
Oh, eu me lembro agora, é chamado de The One You Feed… E você precisa pesquisar isso. É outro Podcast que adoro… Mas sim, estou realmente utilizando a ansiedade e a sensação de desassossego e instabilidade e fora de controle e tipo de análise, ouvindo pessoas em podcasts, lendo experiências de outras pessoas e usando isso como um oportunidade de ser iluminada.
E, na verdade, tem sido empolgante para mim, porque sinto que cresci muito com a ansiedade, em vez de apenas voltar ao comportamento anterior. Você sabe, a saída mais fácil, que por algum motivo, acabou sendo sobre a automutilação, que na verdade era exatamente contra o que alguém gostaria de fazer em uma situação ao tentar se sentir mais centrado – e essa foi a minha experiência no passado.
Ter aquele espelho metafórico e ter um parceiro comigo nesta experiência para ajudar a crescer e aprender e ser iluminados juntos nesta experiência. Acho que isso me tornou uma pessoa mais forte e estou muito orgulhosa dos recursos que encontrei ao longo dessa experiência. E novamente, como eu estava dizendo à você, quando você sabe mais sobre si mesmo, as pessoas certas entram em sua vida quando você procura a assistência certa. É como se fosse o livro que li e recomendo a outras pessoas ou recomendando podcasts. E depois que as pessoas recomendaram alguns para mim, agora estou em comunicação com autores e professores e pessoas em podcasts. Estar em comunicação e realmente conectar-se com pessoas que pensam da mesma forma em seus estudos e em seus interesses. Eu nunca teria entrado em contato com eles, se não tivesse buscado esse tipo de conhecimento e recurso. Então, minhas ansiedades me levaram a todo esse novo mundo de autoexploração. Acho que isso realmente me ensinou muito porque, em vez de voltar para trás, sinto que saltei muito para frente. Foi uma experiência muito interessante para mim.
Eu amo muito isso. Todo esse pensamento me lembra desta citação que li há muito tempo, de Wayne Dyer. Ele diz; “Se você mudar a maneira como vê as coisas, as coisas para as quais você olha mudam”.
Isso é realmente bom. Eu amo isso. Eu realmente amo isso.
Eu li que você está muito interessada em meditação. É algo que você tem aprendido recentemente ou algo que também tem praticado?
Você ouve muito sobre meditação e há tantas maneiras diferentes de meditar e nem sempre funciona para todos. Há meditação tranquila, meditação guiada. Então, eu nunca soube realmente o que funcionaria para mim porque, como você pode dizer, meu cérebro tende a funcionar a mil por hora… E talvez isso signifique que eu realmente preciso de meditação silenciosa mais do que penso. Mas meu noivo estava me encorajando a tentar meditação no início da quarentena. Comecei a fazer e realmente gostei. Era uma meditação guiada, mas durava apenas alguns minutos por dia e você pode progredir, e foi como me familiarizar com a dedicação de um certo tempo para fazê-la.
Na maioria das vezes, eu normalmente meio que tenho esses pensamentos o tempo todo, tipo, pensando sobre coisas e questionando coisas. Eu não reservei tempo para apenas me concentrar nisso e acalmar todo o resto. Então, comecei a tentar no início da quarentena. O que sempre fiz foi encontrar meditação nas coisas que amo. Então, seja apenas ouvir música e dedicar um tempo apenas para estar naquele momento de ouvir música ou dentro do meu trabalho, eu acho meu trabalho bastante meditativo às vezes também. Estou tão perdida em um personagem ou tão perdida no estudo de um personagem que aprendo sobre mim mesmo. Ou quando posso me desligar de outras coisas, como estar na natureza, fazer uma caminhada ou essas viagens que tenho feito com Charlie e nosso cachorro Redford. Existem qualidades meditativas para fazer isso também, porque você está realmente centrado no momento e estando presente. Isso, para mim, é algo que eu costumava ter dificuldade em fazer quando era mais jovem. Eu estava focada no passado ou tão distante no futuro sobre o que eu queria fazer, que estava menos focada no agora.
Mas, eu nunca tinha realmente sentado e meditado e isso foi algo que aprendi durante o início da quarentena. Mas então, Charlie também me ensinou a surfar, e eu achei isso extremamente meditativo, estar fora na água, nas ondas, sentado em uma prancha de surfe, esperando por uma onda – e então avistar um golfinho vindo nadar e você vai… Ta esperando o quê? É tão espiritual. Você está apenas sentado aí, tipo, isso é real? E há momentos como esse, em um ambiente onde você não está no controle, é apenas a prancha e as ondas. Você só pode controlar o quão forte você é quando se levanta. Existe esse elemento de se sentir forte e se sentir um com o momento, porque se você estiver pensando em outras coisas, você vai cair.
Eu estou comendo isso…
Outra coisa foi ser apresentada a alguém que agora se tornou uma pessoa realmente influente em minha vida em termos de meditação ou crescimento pessoal. Jay Shetty, que agora é um amigo, de cujo livro fiz referência, Think Like A Monk. Ele tem o podcast de saúde número um do mundo, chamado On Purpose. Eu trabalho muito com a Go Campaign e com a WE, que é uma organização infantil ao redor do mundo que lida com heróis locais… E com a WE, eu organizei este dia escolar educacional para crianças quando a quarentena começou.
Jay e eu demos uma entrevista e então ele fez uma meditação sobre esta plataforma de zoom. E eu amei muito isso. Em primeiro lugar, sua voz é suave, mas gostei de seu jeito de falar por meio da meditação e então continuamos a nos comunicar.
Eu estava ouvindo seu podcast e li seu livro no início e então o entrevistei no dia em que seu livro foi lançado. Foi como, só porque me conectei pela maneira como ele falou na meditação, e apenas por sua vibração, agora me tornei amigo dele. É uma daquelas coisas. Fui encorajado a começar a meditar e comecei a encontrá-lo de novas maneiras. Não acho que você precise ter uma maneira de meditar. Acho que pode ser encontrado em suas atividades diárias. Descobri que gosto de ouvir podcasts e esse também é um momento incrível para meditar, porque você está sozinho. Tipo, eu limpo minha casa e escuto, entende o que quero dizer? Eu acho que você realmente pode se perder nisso.
Eu amo isso. Não perguntei antes, mas você está viajando agora?
Voltamos ontem. Charlie e eu estávamos no Novo México e Sedona por uma semana.
Legal. Agora, essa é uma pergunta espontânea que eu pensei, mas, você sabe, Emily passa por todos esses momentos em Paris onde ela se sente como uma forasteira e isso não é a história da série, mas quando eu fui para Paris, eu me senti um americano estúpido, porque eu não sabia a língua, e eu nunca sou o americano estúpido. Mas, foi difícil não poder falar coisas pequenas que eu queria dizer. Eu sou uma pessoa falante, e eu pensava, Oh, amo seus sapatos… Mas não conseguia dizer isso.
Eu sou igualzinha, aliás. Eu cresci com muitas pessoas aleatórias, falando tipo, eu amo seu vestido. Ou ei – isso é muito legal.
Exatamente!
Eu sempre fui essa pessoa. Às vezes as pessoas ficam meio, porque você está falando tanto? E eu fico, não, não é assim. Eu sinto que eles deveriam saber que os sapatos são legais. Eu gostaria de receber esse elogio. Eu era esse tipo de criança.
Certo. Então, enquanto estava em Paris, tinha esse desafio pra mim, já que minha essência estava limitada. Você se sentiu dessa maneira em algum lugar do mundo?
Sim. Sabe, quando eu estava filmando na Coréia do Sul, acho que foi há uns 4 anos atrás. Eu fiquei lá um mês. Nunca tinha ido a Seoul. Tinha esse choque de cultura e eu não sabia a língua. Parecido com Emily in Paris, onde você tem essas duas culturas se juntando e tem essa barreira linguística e as diferenças culturais… Então, como alguém indo viver um mês lá, eu aprendi algumas coisinhas. Entretanto, foi diferente do que eu estava acostumada e tiveram vários momentos que eu queria dizer ou expressar algo, mas não podia, e foi muito frustrante.
Porque você queria que sua personalidade fosse transferida…
Exatamente. Eu não queria que meu silêncio soasse como anti social ou parecer que eu não ligava. Eu não podia ser aquela pessoa que eu queria completamente por conta da barreira linguística. Foi muito difícil. E também, eu não como carne vermelha, e a comida de lá era bem diferente. Você fica meio, ok, eu me sinto um pouco como um peixe fora d’água. Eu sei que minha personagem também é meio como um peixe fora d’água, então está tudo bem. Mas, eu queria entrar com tudo, o máximo que eu podia, mas é drasticamente diferente. Então, sim, é uma situação bem estranha de se passar quando você é uma pessoa que gosta de outras pessoas.